quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ASSASSINATO EM GUINSTOCK - Parte II -

O GRITO


A casa toda foi acordada tamanha foi a intensidade e o volume do grito. De pijamas, despenteados e desnorteados todos correram para descobrir o que havia acontecido. Na porta do quarto de Patrícia estava Sarah totalmente “apagada”. George rapidamente tentou socorrê-la, acabou nem olhando para dentro do quarto, mas logo percebeu que algo não estava certo quando viu que ambos os rapazes (Robert e Stuart) estavam paralisados e boquiabertos olhando imóveis para dentro do quarto. Ao olhar George ficou chocado com a cena: Patrícia jazia em sua cama, brutalmente esquartejada... havia sangue pelas paredes de todo o quarto!
            A polícia investigou da melhor maneira possível, mas não encontraram pista alguma, o assassino era astuto.
            A comunidade de Guinstock ficou chocada com o crime. Foi declarado luto oficial na cidade. No enterro, uma surpresa nada agradável. O pastor acabara de fazer a cerimônia fúnebre, os parentes e amigos se despediam de Patrícia enquanto seu caixão era vagarosamente baixado ao sepulcro. De trás de todas as pessoas que conheciam Patrícia (e que não eram poucas) surge um rapaz gritando. Ele parecia ter mais ou menos a mesma idade de Patrícia, alto, corpo atlético e olhos marejados de lágrima... parecia transtornado.
- Foi ele! Eu sei que foi ele! Ele não gostava da Paty porque ela o chamava de babão! Foi ele quem a matou! – gritava o rapaz desesperado apontando para Robert – Eu falei com ela ao celular ontem a noite, eu sei que houve uma discussão no jantar e por isso ele a matou!
            Autoridades e parentes tentavam acalmar o rapaz, mas o escândalo já estava armado, todos cochichavam e apontavam pra Robert. Robert tentou segurar as emoções se fazendo de durão e Stuart, seu único amigo e primo, tentava acalmá-lo. Depois de um imenso burburinho todos voltaram para suas casas. A pequenina cidade parou. Parou por um dia inteirinho!
            Ao anoitecer, as luzes da mansão Wynston parecia uma árvore de Natal a brilhar em uma sala escura. Na sala de jantar, todos comiam soluçando, o clima ainda era de velório.
- Robert... eu sei que você não seria capaz, mas acho que todos precisam ouvir de sua boca... Foi você quem matou Patrícia? – Perguntou George com um nó na garganta.
Sarah desatou a chorar antes mesmo de ouvir a resposta, Stuart a consolava também derramando lágrimas sobre a mesa.
- Não, tio! Eu jamais faria uma coisa dessa... No fundo ela tinha razão... eu não passo de um bobo. Não matei Patrícia!
- Eu acredito em você, Robert... Mas agora acho que deveríamos todos ir dormir... Estamos todos muitos cansados... E ver esse lugar vazio na mesa está esmigalhando meu coração. Boa noite a todos - disse George já se levantando.
Foram todos dormir.
Perturbada por um pesadelo, Sarah desce até a cozinha e vê Robert entrando pela porta dos fundos, ao ver sua tia se assusta e gaguejando pergunta:
- O que está fazendo acordada uma hora dessas, tia?
- Vim beber um copo d’água... e você... o que fazia lá fora? – Sarah pergunta intrigada.
- Eu... eu fui tomar um ar... tive um pesadelo...
- Está bem, Robert, agora vá para seu quarto e tente dormir.
Sarah bebe sua água e também vai se deitar. Logo pega no sono, um sono tranqüilo... pelo menos até o amanhecer.

(Aguardem a continuação)

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