quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

QUARTA-FEIRA


           A quarta-feira é morta desde que designamos a ela a cor cinza (“quarta de cinzas”). Existe cor mais sonsa e sem graça do que cinza? NÃO!
            O cinza é uma cor que quis ser tudo e não conseguiu ser nada. Parece uma mistura do preto com o branco, porém não tem o glamour do preto tão pouco a serenidade e a paz do branco. É uma cor que nos lembra sobras... Restos de um incêndio... Vestígios de um cigarro...

            E assim é a quarta-feira... Não é começo de semana, mas também não é fim de semana.
            Na quarta nem nos lembramos mais o que fizemos no fim de semana que já se passou. Porém ainda é cedo demais para se alegrar pelo fim de semana que está por vir.

            Aliás, toda quarta-feira deveria ser feriado! Desta forma trabalharíamos dois dias, descansaríamos na quarta, trabalharíamos mais dois dias e descansaríamos no final de semana.
            Não é que eu não goste de quarta-feira... Eu simplesmente não morro de amores por ela!
            Tudo bem você pode achar que estou divagando demais acerca de um dia da semana... Mas pare e reflita: consegue me dizer pelo menos UMA coisa extraordinária que já te aconteceu em uma quarta-feira?

            Pois é... Então sugiro a campanha “QUARTA FANTÁSTICA”. Se sua quarta-feira está sendo um dia cinza, transforme-a em verde-limão! Faça algo diferente, prove para você mesmo que não precisa esperar o fim de semana para ser feliz! Você pode tornar seu dia espetacular... Ainda que seja uma quarta-feira!
            E se não conseguir transformar a sua quarta-feira, transforme a de alguém, quem sabe na próxima alguém transforme a sua!


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Assassinato em Guinstock - Parte Final

O ASSASSINO


A luz acesa era a do quarto do Sr. e Sra. Wynston; a porta estava aberta, então Robert entra com a faca em mãos, e então um grito... um grito de Sarah.
- George, me ajuda, ele está louco!
Robert se assusta com a cena, Stuart segurava firmemente um punhal no pescoço de sua própria mãe.
- O que você está fazendo aqui seu idiota? – pergunta Stuart em tom irônico
- Eu sabia... eu juntei todos os fatos em minha cabeça... tinha que ser você... então dei um jeito de vir pra cá, pois sabia que meus tios estariam em perigo.
- Sempre o mais espertinho, não é? O mais inteligente da família, o mais delicadinho, o mais amoroso... te defendi a infância toda porque você só apanhava, mas no final o crédito era sempre seu “o pacífico”. Mesmo quando você e seus pais mudaram pra capital eu ainda não conseguia o reconhecimento que merecia, mas quando você veio morar aqui, aí sim tudo piorou. Até Patrícia dava mais atenção ao seu comportamento estranho do que a mim! Por isso matei aquela vadia...
- Stuart pare já com isso e largue sua mãe! – Gritou George afoito com a sensação de incapacidade diante de situação tão complicada. Sarah só chorava.
- Não se mova pai, não vou hesitar em cortar o pescoço de mamãe. Afinal vocês também nunca me deram o valor merecido... Nem nestes últimos tempos em momentos de crise fui valorizado... Mamãe achava que Robert era inteligente e forte o suficiente para ser o assassino, você achava que ele era bom e amoroso demais para sê-lo. E eu... E EU?? – gritou de forma insana Stuart.
George aproveitou o momento e se atirou pra cima de Stuart, puxou Sarah, mas Stuart se esticou e cravou seu punhal nas costas de sua mãe. George se virou pra acudir Sarah e Stuart tomou a faca da mão de Robert, que não conseguiu impedi-lo.
George chorava desesperadamente com Sarah em seu colo já desmaiada. Robert ameaçou partir pra cima de Stuart que gritou e conseguiu a atenção dos dois.
- Se alguém se mover eu me mato – Disse Stuart alucinado com a faca apontando para sua própria barriga e a mão já suja com o sangue da própria mãe – E agora também vai querer ser herói, Robert? Já não basta ter roubado minha glória minha vida toda??
- Stuart pára com isso, sou seu primo, nunca roubei nada de você, eu gosto muito de você... – Disse Robert na vã tentativa de acalmar Stuart.
- CALA BOCA! Eu tinha tudo planejado pra hoje... Mataria meus pais, invadiria o sanatório ocultamente, traria você pra cá e simularia um suicídio. Eu seria a vítima indefesa... ficaria com a casa e tudo o mais para mim.... quem sabe até seria eleito prefeito de Guinstock... mas não, o idiota amoroso tinha que aparecer... Você se acha o cara, não é? Pois você é um covarde! Você pode ser até inteligente, mas não é forte e corajoso como eu... Não é capaz de fazer o que fiz... Muito menos o que vou fazer... Adeus pai, adeus idiota!
Stuart enfia a faca em seu próprio estômago e, uivando de dor, puxa-a se rasgando até perto da garganta. Então ao cair ao chão, suas vísceras se expõem!
George não suporta a cena e enfarta caindo já morto ao lado de Sarah. Robert chama a polícia e os paramédicos, que socorrem Sarah e levam os corpos de George e Stuart.
Robert explica todo o ocorrido aos policiais. Logo que Sarah acordou depois da cirurgia ela confirmou toda a história de Robert. A apunhalada nas costas a deixou paraplégica, meses mais tarde começou a surtar e ver coisas, por isso foi internada em Hendall. Robert mudou-se novamente para a capital onde administra uma empresa e faz tratamento psicológico.
A mansão Wynston foi abandonada... ninguém tem coragem de morar lá. Há quem diga que em noites de lua cheia a luz do quarto do Sr. e Sra. Wynston se acende e pode-se ouvir gritos de dor pela noite afora da velha e pacata Guinstock.