segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ASSASSINATO EM GUINSTOCK



            Guinstock era uma pacata cidadezinha do interior dos Estados Unidos, de arquitetura arcaica com um leve toque medieval, localizada ao redor de uma verde colina, na qual estava uma de suas construções mais antigas: a mansão da família Wynston.
            Por décadas, aquela cidade foi apenas um vilarejo; humilde e sem criminalidade alguma, governada por um prefeito chamado George Wynston, reeleito inúmeras vezes. Ele governara Guinstock por anos a fio e tudo corria muito bem, até que um sobrinho seu, Robert James Wynston (que morava na capital), perdeu os pais em um trágico acidente e, sem ter para onde ir, foi morar na mansão Wynston.
            George tinha uma típica família norte-americana; sua esposa se chamava Sarah e seus dois filhos Stuart e Patrícia Wynston. A casa era sempre cheia de criados e empregados. Todos aceitaram com carinho a chegada de Robert na mansão Wynston, exceto Patrícia... uma jovem arrogante e preconceituosa de 16 anos que não gostava do primo por ele ser um pouco diferente. Robert era inteligente demais, por isso de vez em quando tinha um comportamento meio bobo e infantil, e Patrícia não gostava disso. Já Stuart (um pouco mais velho) admirava a inteligência de Robert, mesmo com seu comportamento típico de um nerd. Mas de certa forma as atitudes imaturas de Robert o ajudava a conquistar muitas pessoas, o que Stuart não conseguia com seu temperamento rebelde. E então se formou um elo entre os dois. Iam para a escola juntos, saíam juntos... e isso tudo fazia crescer a raiva de Patrícia em relação a Robert, seu “primo babão”, como ela o chamava.
            Em uma noite escura de inverno, após todos terem jantado. Patrícia começa uma discussão:
            - Pai, por que este bobo tem que morar com a gente? Eu tenho vergonha de trazer minhas amigas aqui e elas virem que tem um idiota na minha casa!
            - Patrícia! Seu primo não é nenhum idiota, muito pelo contrário, ele é muito inteligente, por isso é diferente! Agora peça desculpas ao Robert! - Interviu severamente George.
            - Mas pai...
            - Deixa pra lá, tio George, eu não me importo. Um dia ela aprenderá a me valorizar... eu sei que vai.
            - Vai sonhando, seu nerd idiota! - disse Patrícia com repulsa em seu olhar.
            - Patrícia, já pra cama. Não te ensinei a ser mal-criada desta forma! – Disse Sarah Wynston com dedo em riste apontando para a escadaria de acesso aos quartos.
            Patrícia nem se quer respondeu, simplesmente bufou, deixou a mesa socando cadeira e foi para o quarto pisando duro, como se os degraus da escadaria tivessem alguma culpa. Minutos depois se ouve o bater de sua porta com fúria.
            O jantar não era mais o mesmo... um clima constrangedor pairou pelo ar. "Perdoe a Paty, Robert... ela não quis realmente dizer isso... sabe como é adolescente, né?!" disse Sarah toda polida. Robert só balançou a cabeça em aprovação... ele não parecia ter guardado rancor por causa daquela crise de histeria de sua prima. Algum tempo mais tarde todos se recolheram.
            O quarto de Patrícia ficava ao lado de Robert, que era encostado ao de Stuart. Foi uma longa e silenciosa noite... Cortada bruscamente, no início da alvorada, por um grito estridente de pavor vindo do quarto de Patrícia.
 

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