terça-feira, 12 de abril de 2011

CORAÇÃO FERIDO

 



          Joyce estava um tanto quanto frustrada. Sentada no banco de uma praça nem conseguia disfarçar seus sentimentos. Levou as mãos ao rosto reclinando sobre seus próprios joelhos por alguns segundos, apesar da náusea que sentia quase adormeceu ali... Mas foi levemente tocada em seu ombro direito.
- Tudo bem, moça? – um rapaz de óculos e boa aparência acabara de sentar-se ao seu lado.
- Sim... Quer saber... NÃO!
            Ela havia guardado tudo aquilo para si durante tanto tempo que não aguentava mais, então lá estava ela começando a se desabafar com um estranho.
- É o coração, não é moça?
- Está tão na cara assim? – Ela perguntou surpresa
- Sim – respondeu o moço com um sorriso simpático no rosto.
- Pois é... Sabe o que é amar tanto uma pessoa que acaba pensando mais nela do que em você mesmo?
- Claro que sei! – afirmou o moço convicto.
- Então... Sabe o que é acordar e dormir pensando em alguém... Suspirar de repente só por ter se lembrado dessa pessoa... Procurar instintivamente pela pessoa quando sente o cheiro do perfume que usa, mesmo que vindo de outra pessoa...
- Ouvir uma música e se lembrar desta pessoa.. Não... Na verdade ter uma música especial, mas lembrar-se da pessoa amada quando ao ouvir cada verso romântico de todas as músicas que ouvir... – Completou o moço viajando em seus pensamentos.
- Puxa... Isso mesmo! Ai, moço... Por que é que sempre tem que acabar? Por que homem gosta tanto de estragar relacionamentos?
            Antes mesmo que o rapaz se quer respirasse para responder suas perguntas Joyce disparou a falar.
- É tão bom receber telefonema no meio do dia e ouvir a voz de quem se ama; é tão bom dar e receber presentes e cartões em datas especiais (ou mesmo sem razão alguma), ter alguém para chamar de “meu bem”, andar de mãos dadas pela rua... não é? Ou os homens não gostam de nada disso??
- Não sei...
- Como assim não sabe? Você gosta??
- Não sei... Digo, devo gostar, mas não posso dizer que aprecio o sabor de algo que nunca provei, só imagino...
- Mas você parecia entender tanto de ter um grande amor na vida... – Joyce estava confusa.
- Sim, entendo de tudo aquilo que você estava dizendo antes porque me sentia assim em relação a uma mulher, mas o sentimento nunca foi recíproco. Por isso não sei com o é senti-la em meus braços, como é olhar diretamente em seus olhos enquanto ela diz que me ama. Não sei como é receber um telefonema dela nem ao menos sei como deve ser o toque de suas mãos... Portanto tendo acabado ou não, seja grata por tudo aquilo que experimentou e viveu, pois muito pior que ter um coração dolorido pelo fato de por um grande amor ter sofrido é nem se quer o amor ter vivido!
            Então o rapaz simplesmente se levantou, com os olhos marejados, deu as costas e partiu.
            Joyce engoliu em seco, se levantou e foi pra casa. Sentia-se envergonhada e compadecida ao mesmo tempo... Mais que isso... Sentia como se tivesse deixado seu coração ferido naquele banco e voltado pra sua casa com um coração curado.
            Ao anoitecer Joyce orou por aquele rapaz de quem nem se quer o nome sabia:
“Pai, obrigada por colocar aquele moço no meu caminho hoje para abrir meus olhos... Cura o coração dele como o Senhor fez com o meu hoje... E permita que ele viva um grande amor!”
            Naquela noite Joyce dormiu como um anjo... Enquanto isso em outro canto da cidade um anjo visitava um coração, mas isso... Isso é outra história!

2 comentários:

  1. preciso dizer q amei??aiinn q lindo Gi,to arrepiada aqui.Parabens por escrever tao bem!

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  2. E eu....mais uma vez viajei em suas hitórias....kkkkkkkkkk

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