Mas nunca provara um grande amor. Achava-se indigna disso. Por mais que fizesse tudo correto, tudo da maneira como deve ser, sentia que nada disso a tornava uma pessoa melhor. Como se o esforço que fizera a vida toda para ser uma “boa menina” não adiantasse de nada ou se quer valesse a pena.
Tinha muitos amigos e família maravilhosa, mas no fundo se sentia sozinha.
Sabia que Deus a amava, mas com freqüência tinha grandes dificuldades em acreditar nisso. Em certos momentos até pensava que Ele não queria vê-la feliz.
A solidão nunca foi um problema para ela... já havia aprendido a conviver com isso... pelo menos até a gora. Há poucos meses a solidão se tornara um fardo pra Julia... fardo que ela não queria mais carregar.
Então pensou “E se eu mudasse os padrões?! Talvez seja este o meu problema... talvez eu deva ser simplesmente como a maioria”
Julia passou a agir como a maioria das garotas de sua idade. Começou a beber e freqüentar baladas. Roupas mais decotadas, maquiagem mais carregada, atitudes mais ousadas. O erro não estava em como ela se vestia e para onde ia... Mas Julia estava tentando se encontrar em lugares aos quais nunca pertenceu. E foi tentando se encontrar que se perdeu.
Procurou o amor nos lugares mais inusitados possíveis. Tentou achá-lo de maneiras que jamais faria em outras épocas. Mas além de não encontrá-lo, se perdeu dentro de si mesma.
Fim de tarde e Julia está sentada ao chão olhando fixamente para o nada... por sua cabeça passam mil teorias... Em que trecho de sua caminhada se perdeu?! Até onde ela deverá voltar para se encontrar? Mas de todas as dúvidas e pensamentos que borbulhavam em sua cabeça de uma coisa ela tinha certeza: antes de encontrar um grande amor ela precisará encontrar a si mesma.
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